O LIXO

Se calhar é só por estar num país estranho e ter de lidar com uma língua estranha. Mas se calhar não. Na Holanda, a recolha e separação do lixo é uma paranóia!
Paranóia colectiva porque eles têm a mania que são amigos do ambiente e que todas as políticas são "sustentáveis" e paranóia porque para um estrangeiro é bastante difícil perceber as regras que deve seguir para os fazer felizes.
A recolha de lixo na Holanda, pelo menos em sítios onde não há contentores subterrâneos, é feita uma vez por semana. Todas as terças-feiras (no meu caso) tenho de me lembrar de levar o lixo de manhã.
E perceber as nuances da recolha é um mundo! Há toda uma panóplia de opções dividida entre quem tem ou não contentores próprios - recolha de lixo orgânico e reciclável em semanas alternadas, entre quem não tem contentores - recolha de lixo orgânico uma vez por semana e o reciclável nos vidrões, papelões, etc. - e entre quem já é abençoado com contentores subterrâneos na rua onde mora e pode lá despejar o lixo à hora e dia que quiser.
Mas estas nuances todas não seriam nada assustadoras se os holandeses não tivessem uma Polícia do Lixo! Sim, há uma polícia do lixo. Que se vir lixo na rua em dias impróprios ou lixo impróprio no lixo em dia de recolha, se dá ao trabalho de vasculhar o dito lixo à procura de pistas sobre a identidade do criminoso.
O resultado desta investigação é uma multa em casa com fotocópia da prova encontrada no lixo. Tenebroso!

E ainda há o velhinho depósito de garrafas!
Aqui a maior parte das garrafas que compramos no supermercado, sejam de vidro ou de plástico, ainda têm depósito.
Descobri recentemente que já deitei bastante dinheiro ao lixo (literalmente) desde que cheguei (além de não ter sido amiga do ambiente).
Agora, já instruída, confirmo sempre o que fazer com as malditas garrafas. Foi difícil descobrir as "instruções", mas elas estão lá. Statiegeld. É a palavra que interessa.